Desde a semana passada que o gabinete do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, está em pleno funcionamento num edifício totalmente recuperado no Largo do Intendente. A ideia é servir de ponto de partida no processo de requalificação do Intendente e Mouraria, que deverá avançar ainda este ano e dar um sinal claro do empenho da autarquia na prossecução desse objectivo.
António Costa convidou a comunicação social para conhecer o novo espaço de trabalho, instalado num edifício de três andares com uma área de 700 metros quadrados, parte integrante da antiga fábrica de cerâmicas ‘Viúva Lamego’.
A intervenção foi profunda mas minimalista, de modo a permitir diferentes disposições para utilizações futuras, uma vez que o contrato de aluguer que a autarquia celebrou com o proprietário tem a duração de 10 anos, sendo que António Costa prevê o regresso do seu gabinete aos Paços do Concelho daqui a cerca de dois anos, altura em que as obras de reabilitação na Mouraria já devem “correr a bom ritmo”.
Para a requalificação do espaço público no Intendente e Mouraria a autarquia prevê gastos na ordem dos sete milhões e meio de euros, 40 por cento dos quais serão financiados pelo QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional. Está previsto que as obras arranquem ainda antes do final do ano. Mas nesta zona da cidade não é apenas o edificado que necessita de intervenção.
Para compreender e identificar as carências da população residente, a autarquia conta com a colaboração de cerca de 20 entidades com quem tem reunido para fazer um diagnóstico social. “Não basta uma intervenção sobre o edificado para que as coisas mudem”, afirmou António Costa, que acrescenta que o objectivo é “passar de um ciclo vicioso para um ciclo virtuoso”, onde “não se empurram os excluídos mas onde se intervém junto destes”.
O presidente da autarquia afirma que tem sido “interessante” descobrir esta zona durante estes primeiros dias de trabalho, sendo que a primeira impressão é que as pessoas “estão satisfeitas com esta mudança”. “Esta é uma zona crítica da cidade, com um enorme potencial de transformação”, diz. Na sua opinião, o Intendente e a Mouraria foram zonas “esquecidas” durante muito tempo, sendo agora necessário um “esforço acrescido” para recuperar uma zona nobre da cidade.
António Costa acredita que é possível reanimar o comércio nesta área, lembrando a existência de “um conjunto vasto de incentivos que podem ser mobilizados” para atrair os comerciantes, como a isenção de taxas de IMI e de IMT, entre outros.
A acrescentar a esses factores, o presidente refere ainda a localização privilegiada dentro da cidade, com “um dos largos mais bonitos da cidade e sem trânsito” e os muitos pisos térreos passíveis de serem aproveitados para “a vocação deles”: restauração e comércio. “A forma de transformar é dar segurança e confiança às pessoas”, objectivo alcançável também através da “regeneração da actividade económica”, conclui.
in site CML
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